Precisamos falar sobre a disfagia

A disfagia é a dificuldade para mastigar e engolir alimentos, líquidos ou saliva. Segundo dados disponíveis na SciELO (Scientific Eletronic Library Online), atinge de 16% a 22% da população mundial acima dos 50 anos. Entre os mais idosos, esse índice pode chegar a 90%. É aquela sensação de que a comida ou a bebida parou na garganta, ou estacionou em algum lugar no trajeto até o estômago, e que desceu machucando, algo comum em quem sofre do problema. Que pode ter origem em doenças neurológicas ou mesmo em traumas na boca ou garganta.


Associada a problemas neurológicos, como acidente vascular cerebral (AVC), casos de câncer na região da cabeça e pescoço, quadro degenerativo resultado do envelhecimento, doença de Parkinson ou ainda a efeitos colaterais de medicamentos, traz riscos à saúde do paciente, entre eles, a aspiração de alimentos ou saliva para os pulmões, o que pode levar à pneumonia. Assim, o dia 20 de março foi escolhido como o Dia Nacional de Atenção à Disfagia, dada a seriedade do problema.


O problema acomete 40% das pessoas que tiveram AVC; nesses casos, o risco de aspiração atinge 55% deles. A disfunção atinge ainda 95% dos pacientes com doença de parkinson, mas apenas 20% deles percebem a limitação causada pelo problema. A broncopneumonia aspirativa é a principal causa de mortalidade entre os pacientes com parkinson.


Principais sintomas da disfagia


  • Problemas para engolir ou manter o alimento na boca

  • Sensação de que precisa engolir várias vezes para o líquido, alimento ou saliva descer

  • Tempo muito longo para engolir, dor e sensação do alimento entalado na garganta

  • Mudança de voz logo após engolir ou mesmo mudança no tom da pele (palidez ou pele roxa)

  • O alimento escapa pelo nariz

  • Falta de ar

  • Tossir ou engasgar com frequência durante as refeições ou ao tentar engolir saliva

  • Perda de peso

  • Pneumonias frequentes

  • Perda da vontade de se alimentar

Tratamento


Médicos, fonoaudiólogos e nutricionista costumam atuar na identificação de pacientes com disfagia. A avaliação e o tratamento das alterações no processo de deglutição ficam a cargo do fonoaudiólogo. É este o profissional que ajuda o paciente na prevenção e na redução de complicações ao adotar procedimentos seguros para gerenciar a deglutição.


A orientação da fonoaudióloga Diana de Vrij, da Lar e Saúde, é que o diagnóstico seja sempre feito por profissional habilitado. Com o diagnóstico de disfagia confirmado, o paciente necessita de cuidados no momento da alimentação e da ingestão de líquidos. O momento da alimentação deve ser feito com o paciente sentado, sem pressa e com ritmo seguro, sempre sob a supervisão do profissional que faz o acompanhamento.


Não se deve oferecer água ou tentar retirar algo que se imagine estar atrapalhando a deglutição enfiando o dedo na garganta do paciente. Caso identifique qualquer tipo de comportamento frequente durante a alimentação que gere dificuldades, procure um médico para um diagnóstico preciso.

Seja o primeiro a comentar